sábado, 21 de abril de 2018

«A pena e a espada», Camões por Helder Macedo

- Recorte de uma  das respostas  à entrevista publicada no OBS:

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Para lhe dar um exemplo, no Dicionário de Camões, publicado em 2011, no verbete mais extenso, que naturalmente é sobre Os Lusíadas (depois de fazer um emparelhamento estilo galheteiro ou Benfica-Sporting , entre Camões e Fernando Pessoa), a autora afirma lá para o fim, quase em conclusão: “Num poema que não designa nenhum herói, Camões apresenta-se com a imagem que o concretiza”. Isto começa por ser uma afirmação bizarra, considerando que o poema designa dúzias de heróis. Mas quanto à imagem heroica de si próprio projetada por Camões no poema, sim, claro, estou inteiramente de acordo, e ainda bem que a minha prestigiosa colega também tenha conseguido chegar ao que eu tinha escrito em 1980, para um congresso camoniano em Paris, num texto depois publicado nos Arquivos do Centro Cultural Português (vol. XVI, 1981) com o título “O Braço e a Mente: o Poeta como Herói n’Os Lusíadas”. Não tem importância, é só que lhe teria poupado trinta anos de meditação. [...]