- e de um texto para uso funcional» em Envelope sai um Recorte:
[...] A língua foi-lhe uma pátria, como disse Pessoa. Um território de parágrafos corridos, vírgulas alfandegárias, narradores metediços, efabulações fantásticas que guardavam parábolas, alegorias, metáforas, maravilhamentos. E se, um dia, todos ficassem cegos? E se a morte não matasse? E se Caim viajasse no tempo? E se Blimunda e Baltasar se perdessem nos olhos um do outro? E se um elefante indiano atravessasse a Europa e mergulhasse no nevoeiro, como um escritor que enfrentasse a morte? [...]
Sílvia Cunha, Visão, n.º 903, 24 de junho de 2010
[sublinhados acrescentados]