- várias têm sido as referências à E. do P., «nestas casas»... - [a primeira obra discutida no Ciclo 02-05...] finalmente, ou de novo, disponível, no caso, como 3.º número da Colecção «Biblioteca P», no «Público», por votos do público - em ed. cuidada e a preço acessível [...]
Parte inicial da Introdução, de Luís Farinha, também ontem publicada no jornal:
A Escola do Paraíso constituiu parte
de uma trilogia literária de
evocação histórica e
memorialística que Rodrigues
Miguéis quis publicar sobre a
primeira parte do século XX
português. Iniciou-o com a
publicação deste seu primeiro
romance, sob a condução do
alter-ego “Gabriel”, “um menino
fraco” e sensível, com uma infância
feliz, (no bairro, na família e na
escola do Paraíso), e continuou-o,
com o recurso ao mesmo
“Gabriel”, jovem adulto, em
Milagre segundo Salomé (1975), ator
e narrador desdobrado das
vicissitudes e descalabros da
República moribunda que
desembocou na Ditadura Militar. O
segundo livro desta trilogia, que
Miguéis anunciou — diz ele que
precipitadamente — com o título de
Os Filhos de Lisboa, nunca chegou a
ser publicado. Como explicou mais
tarde, quando lhe foi necessário
enfrentar a crítica, já há muito
tinha começado a escrever aquela
que considerava a sua obra maior
— "O Milagre segundo Salomé” — e
tinha mesmo já escrito algumas
partes de Os Filhos de Lisboa. Assim
sendo, A Escola do Paraíso, sendo o
primeiro romance a ser publicado
(1960), foi na verdade o último a
ser concebido na sua integralidade,
estruturado segundo afirma, por
volta de 1957/58. Não que não
tivesse já muito material escrito
para integrar: o “apontamento" do
primeiro episódio data de 2 de
março de 1934, de Lisboa,
portanto”, explica. Assim como
episódios antes publicados na
Seara Nova e que, em 1960,
aparecem recriados ou fundidos
no romance. [...]