sábado, 6 de outubro de 2012

Alusão

A questão foi colocada por L. B.

- primeiro, T. simplificou o conceito;
- depois, em conjunto, viram o artigo do professor Carlos Ceia no «sempre à mão»:         E-DTL - AQUI

- mais tarde, recorrendo ao «Ciberdúvidas», encontra:

Alusão: figura de retórica que é uma espécie de alegoria, que consiste, em regra, numa palavra ou frase mais de insinuação que designativa do objecto que se pretende atingir.

[ver a pergunta e a resposta  de Peixoto da Fonseca, n.º 9776 - AQUI]

domingo, 9 de setembro de 2012

O ensino da Gramática - Rubem Fonseca

[adequado para iniciar uma nova Estação ou Época]

O ensino da gramática

 Você está triste?
Não sei. Talvez.
Tristeza dá câncer, sabia?
Pensei que dava verruga no nariz.
Estou falando sério.
Ultimamente você vive falando sério.
Quando eu brincava você reclamava.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Você colocou vírgula depois de mar.
Estou falando, não estou escrevendo.
Mas na sua fala tinha uma vírgula depois de mar?
Não. Você está fazendo uma análise sintática e morfológica da frase?
Na frase há o uso da figura de sintaxe chamada elipse.
Chega. É por coisas assim que eu não quero mais viver com você.
Porque eu sei gramática e você não?
Entre outras coisas.

 […] 
[ltexto completo em Releituras]

 in Axilas e outras histórias indecorosas, de Rubem Fonseca, Editora Nova Fronteira - 2011

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pontuação - João Cabral de Melo Neto

Questão de PontuaçãoJoão Cabral de Melo Neto

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);

viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.

In Museu de tudo e depois, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 146

[recolhido no «Ciberdúvidas»: DAQUI]

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Abolida a invariância de género

Artigo de  Madalena Homem Cardoso:        «IndiferentOs e ignorantOs»

Um REcorte:

       Recém-regressada ao solo pátrio e sem ter visto as solenes comemorações do Dia de Portugal, constato na passada quinta-feira à noite, na SIC-Notícias, ter sido definitivamente abolida a invariância de género na Língua Portuguesa.
    [...] interrogo-me: será este um 3º protocolo modificativo ao dito "acordo" dito "ortográfico"? Tudo é possível, [...]
      No noticiário das dez, lá estava o presidentO do Futebol Clube do Porto dizendo-se honrado por ter sido recebido pela presidentA da Assembleia da República. Correndo o risco de ser insolentA, confesso que levei tais declarações à conta de o senhor Pinto da Costa não ter sido provavelmente um aplicado estudantO, pese embora a notável carreira ascendentA de dirigentO desportivo...
      Porém, já de madrugada, no programa "Fora d"Horas" da mesma SIC-Notícias, tudo se confirmou. [...] Martim Cabral [...] apregoa-se feministO e apoia a correspondentA da SIC no Rio de Janeiro, Ivani Flora, na utilização da palavra "presidenta". Diz mesmo, com desdém sobranceiro, ser essa uma questão de mera extensão do "acordo ortográfico", e uma polémica estéril de idêntica irrelevância. Questões mais relevantAs parecem ser as da espuma dos dias com que os jornalistOs se entretêm e nos entretêm, de facto... [...]

[...] a ignorância crassa dos jornalistOs, cujo ofício requer o uso da Língua Portuguesa como ferramenta de trabalho quotidiana, essa demonstra bem o País que temos, o do "acordês" televisivo e o da TLEBS nas escolas, um País sem direito ao trabalho e à saúde, sem direito à informação e à escolarização de qualidade aceitável, sem direito à língua e à cultura, esta cada vez mais "apagada e vil tristeza", este imerecimento ignorantO do passado, e esta ausência de futuro tão placidamente aceitA.

Público, 18-06-2012, p. 47


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Amor à Língua Portuguesa

É uma Declaração Irreverente colocada num Endereço Institucional
[Chegou hoje, 18 de junho, à página 47 do Público]
- escrita por uma Avó que é também uma excelente escritora e foi uma docente universitária de reconhecidos méritos e que «conspira» com os netos
 
Começa assim:
 
Tempo de exames no secundário, os meus netos pedem-me ajuda para estudar português. Divertimo-nos imenso, confesso. E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As palavras são minhas, mas as ideias são todas deles.
11-06-2012
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. [...]

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Texto argumentativo - como o construir

Este artigo do Ciberdúvidas -  da autoria do linguista e gramático brasileiro  D´Silvas Filho - , entre outros aspetos, apresenta uma pertinente distinção entre esta tipologia e a dissertativa, dá conselhos sobre como  elaborar o texto ARG.
- atenção  ainda a uma particular «chamada de atenção» para a  «conclusão» -

- verbete de Dezembro de 99,  n.º 5020   - AQUI


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Coordenação e subordinação

Reflexão de A. Eus, há uns dias;
diz que «a bordo da piscina»

AQUI

Consoantes Átonas

CONSOANTES ÁTONAS

Emudecer o afe[c]to português?
Amputar a consoante  que anima
a vibração exa[c]ta
do abraço, a urgência

tá[c]til do beijo? Eu não nasci
nos Trópicos; preciso desta interna
consoante para iluminar a névoa
do meu dile[c]to norte

Inês Lourenço, Câmara Escura [antologia organizada por Manuel de Freitas], Língua Morta, 2012, p. 40

[de Coisas que nunca, 2010]

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Narrador


Para consolidar, o Artigo, complexo, mas não demasiado, de Jorge Alves, no E-DTL, com o interesse adicional de referir exemplos de variadas obras e autores
(ler também os restantes artigos relacionados)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Didascálias

Recorte do artigo de Eunice Marta, 17755, de 19-05-2006,  no «Ciberdúvidas»; a ler, na totalidade, AQUI
[...]

Como as didascálias são textos que servem «de suporte da orientação cénica» (Biblos, Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, vol. II, Lisboa/São Paulo, Verbo, 1997, p. 200), as várias formas gráficas escolhidas servem, decerto, para assinalar uma mensagem do autor, de que são um código que representam realidades diferentes, que o autor não quer que passem despercebidas. Essa é a sua forma de comunicar com o leitor, o encenador e os a(c)tores, levando-o a penetrar no universo da ficção que criou.

        Por exemplo, Luís de Sttau Monteiro, em Felizmente Há Luar!,
- usa notas à margem a negrito [sempre que dá indicações do carácter das personagens, do seu estado de espírito no momento, das suas emoções e reacções a qualquer fa(c)to, algo que implica um grande conhecimento da densidade psicológica das personagens, do domínio do secreto, do particular],
- texto em itálico entre parêntesis [para dar conta das atitudes, dos movimentos, dos gestos, da luz que incide sobre este ou aquele, tudo o que é do domínio social, que é ou pode ser visto por qualquer um que esteja presente na a(c)ção]
- e o texto em itálico sem parêntesis com que introduz cada um dos a(c)tos [que nos apresenta o espaço cénico, o ambiente físico e social do início da a(c)ção].

[sublinhados acrescentados; alguma «reorganização gráfica»]

ver ainda:

a) «Sobre o texto dramático», de Edite Prada - 09/07/2007 - n.º 21152 - AQUI

b) verbete de Alice Mendes, com exemplos de peças de várias épocas, no E-DTL


Aparte e monólogo

Artigo do Ciberdúvidas, de 22 - 11- 2011, n.º 30193, da autoria de Eunice Marta, com exemplos de Frei Luís de Sousa, e respondendo à pergunta formulada e colocada em Etiqueta no «aapalavrado»

[acessível a  todas as Almas]

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Caeiro (A ARCA)

A equipa coordenada pelo Professor Ivo Castro intitula o exemplar dossíê do espólio de Caeiro,  que colocou à disposição do Mundo - na página da BN, 

 de «A arca de Caeiro»-

Pessoa - Caeiro

- É Ricardo Reis quem traça a biografia de Caeiro, no prefácio à edição póstuma dos seus poemas.   MULTIPESSOA - AQUI


- Apesar de nada haver a narrar da vida de Caeiro, Campos conta alguns episódios... - NOTAS PARA A RECORDAÇÃO DO MEU MESTRE CAEIRO (algumas delas)
Idem - AQUI