terça-feira, 29 de março de 2022

«Que tal um ataque à Leitura?» (a «sagrada)», por M. E. C.

Irónica crónica, como quase sempre, esta, de M. E. C., «já com alguns dias» de publicada... [no Dia Mundial»...]

RECORTE

[...] Há décadas que não ouço nem leio um ataque à leitura: é muito mau sinal. É tão fácil maldizer a leitura, até pelas mesmas razões viradas do avesso: porque rouba tempo, por exemplo.

A leitura santificou-se porque as pessoas deixaram de ler. Ler é visto com um exercício ascético que certos santos extraordinariamente inteligentes empreendem para alcançar estados místicos que não estão ao alcance de qualquer um. [...]

segunda-feira, 21 de março de 2022

Gastão Cruz («aprender com»)

 - [Na Visita de G. C. à «Escola do Paraíso», talvez por volta de 2000, para 6 poemas de 6 autores [...] não (se) queria mais de 50 «Leitores» na «Sala 100»...; mas, depois, «correu tudo bem» «e o resto não se diz»]

RECORTE do artigo, no «Público de hoje», de Carlos Mendes de Sousa:

[..] Aprendi muito com o Gastão. Em concreto sobre o peso e sentido da aspereza no poema. Um pouco no sentido cabralino. Aprendi isso: como o poema vive num difícil equilíbrio entre a melodia e a lâmina exposta, uma espécie de fulgor inciso de metros e sílabas. Aprendi sobre o que se entreabre e distende no aparente desabrigo dos intervalos. E isso está na sua obra poética: tudo é corpo e palavra. Muitas vezes ele gostava de ler os seus poemas e de dar a chave dos seus versos quando o poema parecia mais abstracto. Falava dos lugares. Falava do tempo. Pouco a pouco as difusas sombras dos versos iam clareando... [...]