terça-feira, 29 de setembro de 2020

«O ano da morte...», de Botelho

 


Artigo de Francisco Ferreira, na «Revista» E do «Expresso», n.º 2500, de 26-09-2020...

RECORTE:

[...]  Há 40 anos, foi a partir da correspondência entre Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que Botelho fez “Conversa Acabada”. E na fase de trabalho mais recente, além de volver a Pessoa mais do que uma vez, trouxe Garrett, Agustina, Eça e Fernão Mendes Pinto. Claro que de pouco valeria o esforço se “O Ano da Morte de Ricardo Reis” não fosse o filme autónomo e independente que é, fiel à fonte literária mas ainda mais à linha de ação de um cineasta que sempre se indignou com as injustiças do presente. E porquê este livro, agora? Que presente espelha ele senão o presente de 2020 de Trump, Bolsonaro, Erdogan e Putin? — sugere Botelho. Não pertence o cinema ao momento em que ele se faz? [...]

domingo, 27 de setembro de 2020

Ler: a última Fronteira?

 [vá lá que, no 1.º Dia, no Palácio 1920, só uns quantos «assumiram» NÃO ler..; há esperança?] 

Recorte do artigo de hoje, de  Teresa Roque, no OBS:

[...] Entretanto a leitura saiu de cena. É muito mais fácil aceder à Netflix do que ler um livro. O problema é que a leitura é crucial. Desenvolve o nosso vocabulário; estimula a nossa imaginação, melhora a nossa apreciação e compreensão da cultura, aumenta o nosso conhecimento, prolonga a nossa capacidade de atenção e assim por diante. Tente fazer com que um adolescente leia, hoje em dia. Aperceber-se-á de que é uma árdua batalha. [...]

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

«Transforma-se o amador...», Eucanaã Ferraz

Escada

De transformar-se o amador na coisa amada
transformam-se o pescador em peixe o capitão
em arma em piano o pianista em desastre
o equilibrista o arquiteto desaparecido
quem sabe converteu-se em luz no livre
alto vão da escada
e como ela em espiral
transformam-se em madrugada a namorada
em ácido o químico em mágica o mágico em livro
o bibliotecário em poeta o poema o poema em água
e por virtude de muito imaginar hoje sou você
graça - de ver em mim a parte desejada.

Eucanaã Ferraz, Escuta, S.Paulo, 2015; transcrito da p. 146 da antologia Creio que foi o sorriso (Jorge Reis-Sá, 2020)