terça-feira, 22 de dezembro de 2020

«desportuguês» OU «a minha pátria é a Língua do Barro»

 - de uma das mais persistentes vozes «anti-acordês», N. P., uma crónica sobre a «Língua de Barro» de Ondjaki        [na ENTREV., de 11 - 12,  ao Ípsilon]

- RECORTE:
[...] A “língua desportuguesa”, na acepção que lhe é dada por Ondjaki, é praticada há décadas, senão mesmo há séculos. Porque tem sido a liberdade estética, aliada às tradições e também às inovações culturais, a alimentar os dicionários e não o contrário; é o barro da escrita, moldado a partir do barro (esse ainda mais indomável) da fala, que vai aos poucos enriquecendo os volumes que registam a evolução da língua na sua forma oral (pela fonética) e escrita. Que isso se deva sobretudo à literatura e à poesia também não é surpresa. Mas os regionalismos, igualmente caldeados num saber antigo, contribuem para tal enriquecimento. [...]

- o mesmo, no VERB. de hoje do «H.as EXT.as» de M. do R. P. («Moldar a Língua»)

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Mário de Sá-Carneiro («O Estranho Caso...»)

 - no «rasto» de E. Lourenço, voltou a localizar-se este DOC., de Paulo Seabra e José Mendes, de 2015, sobre a «Vida-Obra» de M. de S. - C., na «RTP Play»

- [D. lembra-se de ter feito um trabalho sobre «O estranho caso do Professor Antena», conto de M. de S. - C., para Seminário de P. M.]

sábado, 5 de dezembro de 2020

«Lourenço, no Governo-Sombra»...

 [parece que agora, para ver o Programa Completo, é necessário «viajar» até a qq. coisa «Opto...»]

- sobrevive a parte final, a das sugestões de leitura; desta vez, cada participante discorreu, brevemente, como sempre, sobre um livro de Eduardo Lourenço;




quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

«Ode Marítima», em palco

 Uma versão mais recente do espectáculo de João Garcia Miguel, com este  mais idoso (e menos «h...», pelo menos); 

de Setembro deste ano, gravado no Teatro Aveirense: um gratuito privilégio: AQUI

terça-feira, 24 de novembro de 2020

«Tudo vale a pena...» (M. E. C.)

 ... quando a pena é dos outros e o prazer é todo nosso  (curiosa «reformulação» do célebre verso da (pessoana) «Mensagem»

Crónica de hoje de M. E. C.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

«O ano da morte», por Botelho

 - no «Nada será como Dante», de 18 de Novembro, do início até ao minuto  10 :  10; «O livro e o filme», relações entre o Cinema e a Literatura; Pilar e Botelho debatem, entre  excertos do filme + Pilar por Lisboa, «no rasto» de Reis... 

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Saramago («Herdeiros de»)

 - Série documental, de C. V. M., com os 11 escritores vencedores do «Prémio J. S.» - 7 portugueses, 3 brasileiros, 1 angolano - na «RTP PLAY»

- ver a Entrada de M. do R. P. , no «H.as Ext.as»

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

«Você» é «Estrebaria!»

 - D. lembra-se de amiúde ouvir tal «áspero Correctivo»...

- no «DN ON», a Cronista exemplifica com J. J.  («grande Comunicador...») e discorre sobre as Formas de Tratamento...; relembre-se de «onde vem» «Você» (...)

- no CBDV, por exemplo, neste Verbete;

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Surrealismo(s)

António Domingues, Fernando Azevedo, António Pedro, Vespeira, Moniz Pereira juntos em “Cadavre Exquis”, 1948

 - artigo de Joana Emídio Marques, no «Observador», de Dezembro de 2017 - de momento, de novo, totalmente disponível

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

«Já não há haver»; M. E. C. + «vão haver umas trocas» (jesus)

 O uso impessoal do verbo «Haver», quando remete para  «existência» ou «tempo decorrido», ainda cria «dificuldades», até em pessoas com «responsabilidades» [...]

Ver os seguintes verbetes do «Ciberduvidas», entre outros:



A reflexão sobre a Língua sempre «ocupou» (preocupou?) M. E. C.; regressado «em grande forma» do «interregno», «brinca» com o assunto na Crónica de hoje: «Já não há haver»:


[27- 10; lesão de Grim.o; Jesus, não o da Cruz: «... vão haver outras trocas»]




quinta-feira, 22 de outubro de 2020

«A Fadiga Estudantil»; M. E. C.

 - Título bem «Enganador»...: 
- trata-se da Fadiga do Gato, não a do Estudante...; 
- voltou a haver Crónica, de M. E. C., para acompanhar o Café de D.... [«são precisos Rituais»]

RECORTE:
[...]        O que o “Tombaleão” não sabe sobre os hábitos de deslocação dos melros é muito. É por isso que se levanta cedo todas as manhãs: para estudá-los. Como todos os gatos, o “Tomba” faz apontamentos com os bigodes. Quando tremem é porque há uma observação a ser registada. [...]

OUTRAS, com «Gatos» [VER a LISTA, nesta]


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

terça-feira, 6 de outubro de 2020

«Turismo Infinito»

 - espectáculo de Ricardo Pais, de 2007, «um dos mais marcantes» do Teatro Nacional de S. João [...],   «Fulgurante incursão teatral pelas várias escritas de Fernando Pessoa» (da Sinopse) [...]

na «RTP PLay», certamente ainda «devido ao Covid», espera-se que assim continue...

terça-feira, 29 de setembro de 2020

«O ano da morte...», de Botelho

 


Artigo de Francisco Ferreira, na «Revista» E do «Expresso», n.º 2500, de 26-09-2020...

RECORTE:

[...]  Há 40 anos, foi a partir da correspondência entre Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que Botelho fez “Conversa Acabada”. E na fase de trabalho mais recente, além de volver a Pessoa mais do que uma vez, trouxe Garrett, Agustina, Eça e Fernão Mendes Pinto. Claro que de pouco valeria o esforço se “O Ano da Morte de Ricardo Reis” não fosse o filme autónomo e independente que é, fiel à fonte literária mas ainda mais à linha de ação de um cineasta que sempre se indignou com as injustiças do presente. E porquê este livro, agora? Que presente espelha ele senão o presente de 2020 de Trump, Bolsonaro, Erdogan e Putin? — sugere Botelho. Não pertence o cinema ao momento em que ele se faz? [...]

domingo, 27 de setembro de 2020

Ler: a última Fronteira?

 [vá lá que, no 1.º Dia, no Palácio 1920, só uns quantos «assumiram» NÃO ler..; há esperança?] 

Recorte do artigo de hoje, de  Teresa Roque, no OBS:

[...] Entretanto a leitura saiu de cena. É muito mais fácil aceder à Netflix do que ler um livro. O problema é que a leitura é crucial. Desenvolve o nosso vocabulário; estimula a nossa imaginação, melhora a nossa apreciação e compreensão da cultura, aumenta o nosso conhecimento, prolonga a nossa capacidade de atenção e assim por diante. Tente fazer com que um adolescente leia, hoje em dia. Aperceber-se-á de que é uma árdua batalha. [...]

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

«Transforma-se o amador...», Eucanaã Ferraz

Escada

De transformar-se o amador na coisa amada
transformam-se o pescador em peixe o capitão
em arma em piano o pianista em desastre
o equilibrista o arquiteto desaparecido
quem sabe converteu-se em luz no livre
alto vão da escada
e como ela em espiral
transformam-se em madrugada a namorada
em ácido o químico em mágica o mágico em livro
o bibliotecário em poeta o poema o poema em água
e por virtude de muito imaginar hoje sou você
graça - de ver em mim a parte desejada.

Eucanaã Ferraz, Escuta, S.Paulo, 2015; transcrito da p. 146 da antologia Creio que foi o sorriso (Jorge Reis-Sá, 2020)

terça-feira, 25 de agosto de 2020

«Quão» (mordido por um) + «é expectável» - M. E. C.

 - lida, na ESP do Rita, a «brincadeira linguística»  sobre o(s) uso(s) do advérbio «quão»;

RECORTE inicial:

Agora já vi tudo. Era uma declaração de amor, escrita por um português: “Se soubesses quão te amo também me amavas.»

Este “quão” dá-me cabo do cabaço. Começou a levantar a cabeça no século XX, mas agora está em todas as bocas — sobretudo naquelas que gostariam em inglês de dizer “how”, mas em português não sabem como dizer [...]

- para consolidar, dois verbetes do CBDV: ESTE e ESTE

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Camões: etimologia do Nome

- questão discutida no verbete n.º 35948, do Ciberdúividas, de 29 de Junho;              [resposta de Carlos Rocha]

- RECORTE inicial:
O apelido Camões é provavelmente o resultado português do atual topónimo galego Camos, nome de um lugar no concelho pontevedrês de Nigrán. [...]



segunda-feira, 27 de julho de 2020

«a bota, a perdigota, o passôbem» - M. E. C.

- crónica de hoje - «Morreu o passôbem», de M. E. C.
RECORTE:
[...] Também a palavra “perdigoto” se perdeu, tendo-se transformado na temida “gotícula”.
Por outro lado, finalmente faz sentido a expressão “bater a bota com a perdigota”. Bater a bota é morrer, a perdigota pode matar e é mau sinal quando estão sincronizadas. [...]

quinta-feira, 25 de junho de 2020

«Autopsicografia» + «O caso mental português

3 de Julho: André Carrilho - daqui
ilustra artigo de Pizzarro - AQUI
Recorte do Prefácio do livro «em saída», pré-publicado no «Ípsilon»:


[...] Pode compreender-se, portanto, a simultaneidade na publicação, no mesmo mês de novembro de 1932, do artigo «O Caso Mental Português» (na revista Fama) e do poema «Autopsicografia» (na revista presença): à análise crítica das «camadas mentais» da sociedade portuguesa, e da fé que todas depositam na inspiração, contrapõe-se a poética do fingidor, que desvaloriza a inspiração. [...]

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Camões (a Menina que o levou para o fado...)

Raridade 
Amália cantando nas ruas típicas de Lisboa, fotografada por Jean Manzon nos anos 1940. Manzon morreu em Reguengos de Monsaraz, em 1990, e esta fotografia, tal como as outras duas de Manzon, foi recentemente adquirida pelo Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira
JEAN MANZON/CEPAR CULTURAL, SÃO PAULO; CORTESIA DO MUSEU DO NEO-REALISMO, VILA FRANCA DE XIRA

Amália cantando nas ruas típicas de Lisboa, (do «dossiê») da revista »E» do «Expresso», de 20-06-2020

Recorte do artigo de António Valdemar:

[...] A polémica desencadeada por Amália, apesar da repercussão que obteve nos principais órgãos da comunicação social, assumiu características diferentes da intervenção radical de Aquilino. Verificou-se quando, em 1965, Amália cantou, pela primeira vez, versos de Camões, reunidos num disco com o título “Com Que Voz”, lançado por Valentim de Carvalho, o seu editor tradicional.

     A música era de Alain Oulman, nascido em Portugal, na Cruz Quebrada, judeu de origem francesa e açoriana oriundo da família Bensaúde, amigo e colaborador de Amália. Além do fado ‘A Minha Terra É Viana’, de Pedro Homem de Mello, aproximou Amália de outros poetas contemporâneos ligados à oposição, como Alexandre O’Neill e Manuel Alegre, pois já existiam relações pessoais e familiares com David Mourão-Ferreira. [....]

domingo, 21 de junho de 2020

«639» - Apoio «Radiofónico»... (?)

- ontem, no «RuRu», ouvindo a «Antena 1», soube destes «Apoios»:


[Recortes, a partir dos 10'...:
«idade que já merece o desafio de uma leitura exigente (...) desde que não se adopte uma atitude de comiseração (relativamente à leitura do que é complexo...)»]

- «Os Maias» [«Enciclopédia de Conhecimentos Inúteis»], por Francisco José Viegas...; 
[«Grande Colisão»: «o que é que interessa (é preciso) saber» (para 1 Exame, claro...) [só NÃO LENDO...]

- «A Ilustre Casa de Ramires», pelo mesmo, a 2 de Julho

- «Frei Luís de Sousa», por Maria do Céu Guerra, a 3 de Julho

- «Lusíadas», por Ana Paula Laborinho, a 15 de Julho


- «Pessoas», em 3 Programas, com Teresa Rita Lopes, 25, 27 e 28 de Julho: AQUI; AQUI; AQUI

- Pessoa, Mário de Sá Carneiro, a «Carta a Casais Monteiro», a 9 de Março  de 2022, com António Feijó, cerca de 9, 50;

- Pessoa, «Mensagem» - Camões, «Lusíadas», a 10 de Março  de 2022, com António Feijó, cerca de 10, 40;




sexta-feira, 19 de junho de 2020

Releitura (s) [5] - José Luís Peixoto

- diz F., por vezes, às suas Plateias...: «Não há leitura, só releitura»...

-  5 livros a reler, por José Luís Peixoto, na série, da F.F.M.S., «Remotamente interessante»: como, quando, porque os (re)leu....

5)  Ano da Morte de Ricardo Reis» (e as suas «ligações» ao livro - «Autobiografia» - que publicou em 2019)
4)   Pedro Páramo, Juan Rulfo - «morou», em tempos, na Estante Nobre da Sala; F. tê-lo-á lido aí pela década de 80...; «desaparecido»...
3)  Rayuela (O jogo do mundo), Julio Cortázar - F. raramente leu Cortázar... (mais um a «ler antes de morrer?»)
2)   Em busca do tempo perdido, Marcel Proust - no verão de 2018 (?), F. ficou a meio do segundo volume... [«esperam» na Estante do (Ex)quarto do Filho]
1)  Os Lusíadas, Luís de Camões - «um dos que mais ganhou com a releitura»

[1) «Escola do Paraíso», uma manhã de segunda, lá por 97-99...(?), muito antes dos TLM.S..., na escada, uma Qd.a de 1.º Bloco:
- «Mestre, ontem à tarde chovia, e li toda a Epopeia...»
- e não «enlouqueceu?» [esta ou outra resposta equiv.e terá então dado D...]

2) D. Pedro V, 9.º ano, 9394, aquele Pai, pedreiro de profissão, que se «queixou» ao DdT:
«veja lá que o [...] quer que o meu filho leia aquele livro todo...»

domingo, 7 de junho de 2020

«Está bem, está»; por M. E. C.

. vem desta Crónica, manhã cedo lida na P. P. C., a designação da nova Secção: «Coloquiais Tesouros»
RECORTE FINAL:
É nestas expressões que melhor se estudam as atitudes que formam a nossa cultura – neste caso um cepticismo robusto e desconfiado, zombeteiro e aguerrido.
Segue-se do “olha, olha!” para a universalidade abrangente do “Era o que faltava!”, com ou sem a inclusão de um enfático “só”.  
A variante fenomenológica tem sempre “só” – e logo à cabeça: “Só me faltava mais esta!”
E não há razão nenhuma para não nos deliciarmos a alternar entre “Homessa!” e “Essa agora!”

sábado, 6 de junho de 2020

A prosa lírica de Velho da Costa

- mantendo a periodicidade semanal, Ana Luísa Amaral e L. Caetano discorrem, no programa «O Som...», de 3 de Junho, sobre a prosa lírica de Velho da Costa (Maria)

- entrevista, ao «JL», em Junho de 2000 (sobre «Myra») - reposta

sexta-feira, 5 de junho de 2020

«Achas?!», M. E. C.

- mais uma Expressão para o «Pente Fino» - da Crónica de hoje...

RECORTE:
[...]
São palavras pequenas que substituem bocas grandes. Alguém nos pergunta se vimos o último episódio de uma novela particularmente grotesca. Em vez de responder “mas tu julgas que eu sou maluco ou quê?” ou “por amor de Deus, não ofendas a minha inteligência!”, basta contra-atacar com um simples “achas?!”
[...]

quinta-feira, 4 de junho de 2020

«Tem avondo», por M. E. C.

A expressão era muito usada pela Marechal e pela General...; M. E. C., na Crónica de ontem
RECORTES:
[...]
   Afinal “tem avondo” significa “já chega”. Significa “já é suficiente, 
muito obrigado” ou mesmo “já é suficiente, porra!Diz-se no Baixo Alentejo e 
no Sotavento algarvio onde fica mal as pessoas não terem noção do que é o 
avondo. Ou do quanto constitui uma coisa avonda. Ou terem a mania de ir 
sempre além do que seria considerado aceitavelmente avondo.    [...]

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Pseudónimo para quê?... - Saramago

... se o Nome do Artista foi uma ... «onomástica fraude...»
- proposto, mais uma vez, desta vez, à leitura nos 3 Blocos (LDN), ninguém o conseguiu «comentar»...; para alguma coisa continuarão «os não virtuais» a ser necessários...:
[Truncado; sublinhados acrescentados]

Contei noutro lugar como e porquê me chamo Saramago. Que esse Saramago não era um apelido do lado paterno, mas sim a alcunha por que a família era conhecida na aldeia.  Que indo o meu pai a declarar no Registo Civil da Golegã o nascimento do seu segundo filho, sucedeu que o funcionário [...] estava bêbedo [...] e que, sob os efeitos do álcool e sem que ninguém se tivesse apercebido da onomástica fraude, decidiu, por sua conta e risco, acrescentar Saramago ao lacónico José de Sousa que meu pai pretendia que eu fosse. E que, desta maneira, finalmente, graças a uma intervenção por todas as mostras divina, refiro-me, claro está, a Baco, deus do vinho e daqueles que se excedem a bebê-lo, não precisei de inventar um pseudónimo para, futuro havendo, assinar os meus livros. Sorte, grande sorte minha, foi não ter nascido em qualquer das famílias da Azinhaga que, naquele tempo e por muitos anos mais, tiveram de arrastar as obscenas alcunhas de Pichatada, Curroto e Caralhana. Entrei na vida marcado por este apelido de Saramago sem que a família o suspeitasse, e foi só aos sete anos, quando, para me matricular na instrução primária, foi necessário apresentar certidão de nascimento, que a verdade saiu nua do poço burocrático, [...] . Mas o pior de tudo foi quando, chamando-se ele unicamente José de Sousa, como ver se podia nos seus papéis, a Lei, severa, desconfiada, quis saber por que bulas tinha ele então um filho cujo nome completo era José de Sousa Saramago. Assim intimado, e para que tudo ficasse no próprio, no são e no honesto, meu pai não teve outro remédio que proceder a uma nova inscrição do seu nome, passando a chamar-se, ele também, José de Sousa Saramago. Suponho que deverá ter sido este o único caso, na história da humanidade, em que foi o filho a dar o nome ao pai. Não nos serviu de muito, [...] 

José Saramago, As pequenas memórias, 1.ª ed., Lisboa Caminho, 2006, pp.  47-49

segunda-feira, 25 de maio de 2020

«é capaz de ser» (...«se não for»), M. E. C.

- mais uma crónica de M. E. C., a inserir na «Secção» «Pente Fino» ...
RECORTE: (sublinhados acrescentados)
[...] O “é capaz de ser” mostra que tudo é possível. Tudo tem a capacidade de ter um nome qualquer. Eu sou capaz de ser Manuel. Basta mudar de país e dizer que é assim que me chamo. 
[...] É que a segunda parte do “é capaz de ser...” é “...mas não deve ser”. É conveniente que assim seja. 
    Sabe bem sonhar “2020 é capaz de ser o ano em que eu vou ficar rico” mas só se o “mas não deve ser” não ficar muito atrás, para fazer os preparativos para a inevitável desilusão.
   As certezas são mais indesejáveis do que se pensa e especular é capaz de ser bom para a saúde.

domingo, 24 de maio de 2020

«carapau de corrida» («armar-se em») - versão de M. E. C.

- ui, é o que não falta (faltou ou faltará) ppor aí...; além dos VERB.s do CBDV, uma «actualização», na Crónica de hoje de M. E. C. do «Público»
RECORTE:
[...] Em português entitlement diz-se carapausismo de corrida, em que cada carapau se julga piloto da Ferrari no pódio da vida, muito acima dos jaquinzinhos do público. [...]

terça-feira, 19 de maio de 2020

Três Idades (Mito das)

- a propósito do que se anda a reler, tentando aprofundar, sempre [...] 

(da «Agenda Noticiosa» de hoje: dos 10% que, aos 15 anos, assumem gostar do «Paraíso», que percentagem restará aos 17-18?; 
- quando, sempre, vêm com essa «conversa» do «NÃO Gosto», F. «aplica» sempre a mesma Receita: "E o resto não se diz"...)

- «As Três Idades da Mulher e da Morte»,  Hans Baldung. 1541- 44 
- «As três idades da mulher», Gustav Klimt, 1905 
- «Esfinge ou As três idades da mulher», Edvard Munch, 1894




sexta-feira, 15 de maio de 2020

quarta-feira, 6 de maio de 2020

«Pessoana», em fascículos

© Vítor Higgs







- no verbete de hoje do seu «Diário de Leituras», M. do R. Pedreira refere a tradição novecentista da «pré-publicação» capitular de Romances, em Fascículos; 
seguidamente destaca a publicação, em 12 «capítulos-fascículos» de mais um «regresso ficcional» de Pessoa, desta vez, como Vicente Guedes, pela pena de João Céu e Silva - no »DN», 1.º capítulo - AQUI  OU AQUI

REColocado, COMPL. a 13 de Junho


sexta-feira, 1 de maio de 2020

PONTUAÇÃO, em «Alguns dólares...», G. M. Tavares, por António Durães

- das 21 leituras, no «Dia Mundial do Teatro» , por actores do D. Maria II, agora colocadas na «Casa» da «RTP Play» que «arruma» a Cultura ao desbarato em «Dias de Covid», destaca-se a do texto de Gonçalo M. Tavares [...]

domingo, 26 de abril de 2020

«Seara de Vento», M. da Fonseca

reproduzido DAQUI
- o filme de Tréfaut terá «recolocado» o romance, de 58, na rota de novos leitores?
- do Rel. do Censor, destaque-se o p.o final:
«É de deixar publicar, pois é do mesmo género explorado, há uns anos, pelos Fernando Namoras, Aquilinos, etc., etc..»
[sublinhados acrecentados]

Namora e Aquilino num só «Saco»;  «pluralizados», logo [...]; dois «tremendos» «etc» + reticências «incompletas».

quarta-feira, 15 de abril de 2020

«Manhã Submersa»

- há quem, em período de «CONF.», leia nessa perspetiva o romance de Vergílio Ferreira e escreva, por exemplo, 
{RECORTE]
 Manhã Submersa é de leitura obrigatória para os amantes da literatura portuguesa do século XX. Uma narrativa que obriga a aceitar inconscientemente a personagem-pretexto do autor, e através dela indagar as nossas passadas, expiar os nossos erros e explorar novos trilhos. Nestes dias de quarentena, resistindo à covid-19, quando o isolamento social surge como mal menor, não podemos comparar a nossa missão à de António e de todos os jovens de famílias miseráveis que se encerraram num seminário, em meados do século passado, somente para fugir à pobreza do seu tempo.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Diálogos + Personagens (Composição de)

-  preenchendo a Escassez de Assuntos e o Vazio de Eventos, assumindo isso  ("Enquanto não há assuntos melhores, vamos então falando das categorias que animam a ficção narrativa"), M. do R. Pedreira, além da sugestão diária de (re)leituras, reflecte sobre a Composição, na Narrativa, de:

segunda-feira, 6 de abril de 2020

«O ano da Morte...», por João Botelho

- por agora, o «Trailer» - AQUI
- lançamento (estava) programado para Setembro...

- em finais de 2021, «completo», na «RTP Play»

- a partir de 14 de Novembro de 2022, pelo «Centenário», semanalmente, na «RTP Play», a versão «Esticada» (Série), em Cinco Episódios: AQUI; AQUI; Terceiro

sexta-feira, 27 de março de 2020

Torga, por Versteeg, Pedro + «Macacos»

- na última vez em que P. V. (um dos 10...) «desandou» pela E. do Paraíso, em Maio de 2019; F. esqueceu-se de lhe perguntar o «caminho» das ilustrações de «Os Bichos», de Torga, que fez, para a «PAA», em [...]


- na mesma Casa, uma outra série: «Os Macacos de P. V.»; estes, pela voz do próprio, em Setembro de 2018, em Hong Kong

- Nada Mau, como «Viagem Torguiana»...

quinta-feira, 19 de março de 2020

Latim

- (re) aprender Latim, porque não, mesmo ao fim de tantas décadas?; 
- foi até necessário (finalmente) CEDER ao «FB»; mas só para isso, espera-se... [...] [«e o resto não se diz...»]

domingo, 8 de março de 2020

"não já?" ("pois não."), por M. E. C.

- crónica de hoje dedicada «às confusões em que a língua portuguesa é pródiga.»
RECORTE inicial:
Considerem, por favor, esta pergunta que fiz há pouco tempo à Maria João:
“Já gostaste mais de Gruyère, não já?”
Que vem a ser este “não já”? Não é português, pois não? Então o que é?
Não se diz “Estás quase a vomitar, não quase?”. Nem tão-pouco “Ainda não foste a Moscovo, ainda não?”
Então porque é que não soa tão mal dizer “Já puseste a mesa, não já?"
O que é que se passa aqui?
[...]

domingo, 1 de março de 2020

«O’Neill e os atacadores da língua» - Clara Ferreira Alves

Retrato de  Fernando Lemos, cedido pela
 Fundação Colecção Berardo

pela  (re)publicação [...];  
- anterior à Fase «para Assinantes», está na íntegra (por ora...); fotografia daí 
RECORTE
[...]“O meu estilo é não ter estilo”, dizia meio a brincar e meio a sério. Não tinha estilo porque inventou um, o estilo O’Neill. “Bem sei que muitos dos meus versos nem para atacadores.” Não exatamente. Ele pôs os atacadores, se quiserem a imagem de pobrezinho no país do diminutivo, nos sapatos com que anda a língua portuguesa. Sem os atacadores não iríamos a lado algum. [...]Foi um descobridor da língua. [...]

sábado, 29 de fevereiro de 2020

«escrever bem» (A mitologia do) - V. Pulido V., por A. Guerreiro

- reflexão com destinatários vários, na crónica de António Guerreiro, no Ípsilon de ontem, na página 30; 
RECORTE:
[...]Escrever bem é, em suma, uma qualidade inidentificável e vazia. Não significa nada e não pode responder a exigências normativas porque, nesse caso, corresponderia a uma fórmula estereotipada. Escrever bem é como o unicórnio e outros animais imaginários. Também não é o contrário de escrever mal. [...]

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

«ao nível de», M. E. C.

- na Crónica de ontem, M. E. C. «arrasa» a expressão, que confessa também ter «praticado», retomando a Lição Paterna...

Recorte inicial:
A linguística ensina que é quem usa a língua e a maneira como decide usá-la quem manda nessa língua, para desgosto dos mestres nominais.
Pois eu, no princípio dos anos 70, lembro-me do meu pai fulminar contra a minha recém-adquirida gracinha de dizer “ao nível de” a torto e a direito. 
 Cada vez que atravessávamos uma passagem de nível ele lembrava-se desse meu tique
Passa entretanto meio-século e estou a ouvir rádio no carro. Alguém explica que “há problemas a nível do pessoal, problemas a nível da empresa e ainda problemas a nível da legislação” [...]

domingo, 23 de fevereiro de 2020

«Levantado um Estilo» (Saramago)

Apresentação de «Levantado do 
Chão»
[foto reproduzida do «Blogue»
ao lado referido]
- do prémio «Cidade de Lisboa», lembra-se D., pois começou a trabalhar na «Mercearia», na MADR., por Setembro-Outubro de 81...; 
- do lançamento, na «Casa do Alentejo», em 22 de Fevereiro de 80, não - foi o ano da FACOMA., da «quase-úlcera», da seca de Verão, do Agosto a pintar a casa do F....;

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

tão curta a frase, tão longa a «calinada»

«Lisboa priveligia preço em deterimento do ambiente para renovar autocarros»

[DAQUI]  - às 13 e 30, F. verificou que foi corrigido - ainda bem - OU a vantagem de não ter saído em papel?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Eugénio

- relocalizada, na Casa do Grupo «RTP», a Lista, de Junho de 2015, «Celebrando Eugénio de Andrade» - textos críticos e poemas  ditos e, ou, cantados e, ou, «videografados», por diversas vozes e estilos musicais, de origens diversas…; com (alguns dos) retratos de E. de A., ao fundo…:

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Significado e Sentido(s) - Carlos Reis, sobre Saramago

Recortes (truncados) de Ensaio do Professor Carlos Reis:
[sublinhados acrescentados]
[...] Insisto: em vários momentos da sua produção narrativa, os romances de José Saramago vão construindo uma dispersa teoria da linguagem, da literatura e do relato, [...]. Essa teoria fragmentária envolve categorias muito variadas e às vezes complexas, de certa forma testadas na cena discursiva da ficção. Atente-se num comentário do narrador, logo depois de um diálogo entre duas personagens de Todos os Nomes: “Ao contrário do que em geral se crê, sentido e significado nunca foram a mesma coisa, o significado fica-se logo por aí, é direto, literal, explícito, fechado em si mesmo, unívoco, por assim dizer, ao passo que o sentido não é capaz de permanecer quieto, fervilha de sentidos segundos, terceiros e quartos, de direções irradiantes que se vão dividindo e subdividindo em ramos e ramilhos, até se perderem de vista, o sentido de cada palavra parece-se com uma estrela quando se põe a projetar marés vivas pelo espaço fora, ventos cósmicos, perturbações magnéticas, aflições”. A citação é longa [...]  mas necessária, para o que agora interessa: sublinhar a relevância de uma indagação acerca do potencial de explosão semântica das palavras, disseminando sentidos que vão além dos seus significados mais triviais e (diz o narrador) fechados sobre si mesmos. À literatura, ao romance, à ficção, à poesia e ao teatro saramaguianos não são os significados unívocos das palavras que interessam, a não ser como elementos comunicativos primordiais que a leitura e a interpretação tratam de dilatar. Proposta por quem desenha e aciona aquela estrela que “se põe a projetar marés vivas pelo espaço fora, ventos cósmicos, perturbações magnéticas, aflições”, a palavra (a literatura, podemos entender) de sentido plural é aquela que verdadeiramente faz sentido – porque faz sentidos.  

Carlos Reis, «José Saramago - A literatura como necessidade», JL (número especial), 8 de Outubro de 2018, pp. 10-11

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

D. Sebastião

- citando «M», tudo vai «para o Mar da Idade»...; ano após ano, F. «apaga o mais que pode» as (renitentes) leituras «historicistas» da Obra; o preço tem sido elevado...; do «lado de lá», mais e mais «embotado», não vem curiosidade alguma... (nem se lembra quando foi a última vez em que «esquematizou» a Biografia...)
- caso algum ainda venha a «querer saber», este Verbete será convocado...

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

«Absurdo por absurdo, vale Tudo»

- A. C. Cortez, em crónica ou «pedrada no charco» -  da Indiferença -  face ao «Vale Tudo» que,  de tão Grotesco, só dá Medo quanto ao  mais que ainda poderá sair das (I)Luminárias...

sábado, 18 de janeiro de 2020

Santareno

- (nascido a 9 do 11...); o APONT. já deve estar registado, numa das «Casas», o convívio (por vezes diário); as pequenas provocações de um grande Provocador... ; na SMT, próxima da Residência, entre FEV. de 75 e Abril de 78 [...]; a  Figura da Mãe...; a do Gamela «correligionário», o «Pitosga» Fialho...) 

- são 12 e 40, a GULB. transmite, em direto, o Colóquio...; continua disponível, AQUI

- referências posteriores:

- de Junho a Setembro,  EXPOS., no Aljube;


- quanto à série «Terra Nova», ainda não foi disponibilizada na «RTP Play»; curtos «materiais», dispersos, no «YT»

- «O Cerco», de 1970, de Cunha Telles, com Maria Cabral - AQUI