sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

«E agora, José?»

 - «diálogos intertextuais» com o poema de Drummond são inúmeros - realce-se o de Cardoso Pires; no DOC de 98, cerca do min. 30,  AQUI, ou «na página digital» - registe-se outro: 

RECORTE(s):

    E agora, José? Perturba-me, é um desconforto, ver-me ali no que foi a torrezinha feliz da minha juventude e já não é mais que o banal quarto de hotel que um qualquer pode alugar.
    Pouco a pouco deixo-me tomar pela melancolia que vem da perda irremediável das pessoas, dos lugares, das horas de alegria. E agora, José? Repito a pergunta, feita mil vezes desde o dia em que nos verdes anos tinha lido o poema de Drummond de Andrade e ele se me afigurara desesperado, inutilmente triste. «E agora, José? 7 A festa acabou, / a luz apagou, / o povo sumiu... sem cavalo preto / que fuja a galope, / você marcha, José! / José, para onde?»

                                        J. Rentes de  Carvalho, La coca (2011), 2023, p. 197