sábado, 18 de março de 2023

A Escola do Paraíso

 - várias têm sido as referências à E. do P., «nestas casas»... - [a primeira obra discutida no Ciclo 02-05...] finalmente, ou de novo, disponível, no caso, como 3.º número da Colecção «Biblioteca P», no «Público», por votos do público - em ed. cuidada e a preço acessível [...]

Parte inicial da Introdução, de Luís Farinha, também ontem publicada no jornal:

    A Escola do Paraíso constituiu parte de uma trilogia literária de evocação histórica e memorialística que Rodrigues Miguéis quis publicar sobre a primeira parte do século XX português. Iniciou-o com a publicação deste seu primeiro romance, sob a condução do alter-ego “Gabriel”, “um menino fraco” e sensível, com uma infância feliz, (no bairro, na família e na escola do Paraíso), e continuou-o, com o recurso ao mesmo “Gabriel”, jovem adulto, em Milagre segundo Salomé (1975), ator e narrador desdobrado das vicissitudes e descalabros da República moribunda que desembocou na Ditadura Militar. O segundo livro desta trilogia, que Miguéis anunciou — diz ele que precipitadamente — com o título de Os Filhos de Lisboa, nunca chegou a ser publicado. Como explicou mais tarde, quando lhe foi necessário enfrentar a crítica, já há muito tinha começado a escrever aquela que considerava a sua obra maior — "O Milagre segundo Salomé” — e tinha mesmo já escrito algumas partes de Os Filhos de Lisboa. Assim sendo, A Escola do Paraíso, sendo o primeiro romance a ser publicado (1960), foi na verdade o último a ser concebido na sua integralidade, estruturado segundo afirma, por volta de 1957/58. Não que não tivesse já muito material escrito para integrar: o “apontamento" do primeiro episódio data de 2 de março de 1934, de Lisboa, portanto”, explica. Assim como episódios antes publicados na Seara Nova e que, em 1960, aparecem recriados ou fundidos no romance. [...]