quinta-feira, 25 de junho de 2020

«Autopsicografia» + «O caso mental português

3 de Julho: André Carrilho - daqui
ilustra artigo de Pizzarro - AQUI
Recorte do Prefácio do livro «em saída», pré-publicado no «Ípsilon»:


[...] Pode compreender-se, portanto, a simultaneidade na publicação, no mesmo mês de novembro de 1932, do artigo «O Caso Mental Português» (na revista Fama) e do poema «Autopsicografia» (na revista presença): à análise crítica das «camadas mentais» da sociedade portuguesa, e da fé que todas depositam na inspiração, contrapõe-se a poética do fingidor, que desvaloriza a inspiração. [...]

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Camões (a Menina que o levou para o fado...)

Raridade 
Amália cantando nas ruas típicas de Lisboa, fotografada por Jean Manzon nos anos 1940. Manzon morreu em Reguengos de Monsaraz, em 1990, e esta fotografia, tal como as outras duas de Manzon, foi recentemente adquirida pelo Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira
JEAN MANZON/CEPAR CULTURAL, SÃO PAULO; CORTESIA DO MUSEU DO NEO-REALISMO, VILA FRANCA DE XIRA

Amália cantando nas ruas típicas de Lisboa, (do «dossiê») da revista »E» do «Expresso», de 20-06-2020

Recorte do artigo de António Valdemar:

[...] A polémica desencadeada por Amália, apesar da repercussão que obteve nos principais órgãos da comunicação social, assumiu características diferentes da intervenção radical de Aquilino. Verificou-se quando, em 1965, Amália cantou, pela primeira vez, versos de Camões, reunidos num disco com o título “Com Que Voz”, lançado por Valentim de Carvalho, o seu editor tradicional.

     A música era de Alain Oulman, nascido em Portugal, na Cruz Quebrada, judeu de origem francesa e açoriana oriundo da família Bensaúde, amigo e colaborador de Amália. Além do fado ‘A Minha Terra É Viana’, de Pedro Homem de Mello, aproximou Amália de outros poetas contemporâneos ligados à oposição, como Alexandre O’Neill e Manuel Alegre, pois já existiam relações pessoais e familiares com David Mourão-Ferreira. [....]

domingo, 21 de junho de 2020

«639» - Apoio «Radiofónico»... (?)

- ontem, no «RuRu», ouvindo a «Antena 1», soube destes «Apoios»:


[Recortes, a partir dos 10'...:
«idade que já merece o desafio de uma leitura exigente (...) desde que não se adopte uma atitude de comiseração (relativamente à leitura do que é complexo...)»]

- «Os Maias» [«Enciclopédia de Conhecimentos Inúteis»], por Francisco José Viegas...; 
[«Grande Colisão»: «o que é que interessa (é preciso) saber» (para 1 Exame, claro...) [só NÃO LENDO...]

- «A Ilustre Casa de Ramires», pelo mesmo, a 2 de Julho

- «Frei Luís de Sousa», por Maria do Céu Guerra, a 3 de Julho

- «Lusíadas», por Ana Paula Laborinho, a 15 de Julho


- «Pessoas», em 3 Programas, com Teresa Rita Lopes, 25, 27 e 28 de Julho: AQUI; AQUI; AQUI

- Pessoa, Mário de Sá Carneiro, a «Carta a Casais Monteiro», a 9 de Março  de 2022, com António Feijó, cerca de 9, 50;

- Pessoa, «Mensagem» - Camões, «Lusíadas», a 10 de Março  de 2022, com António Feijó, cerca de 10, 40;




sexta-feira, 19 de junho de 2020

Releitura (s) [5] - José Luís Peixoto

- diz F., por vezes, às suas Plateias...: «Não há leitura, só releitura»...

-  5 livros a reler, por José Luís Peixoto, na série, da F.F.M.S., «Remotamente interessante»: como, quando, porque os (re)leu....

5)  Ano da Morte de Ricardo Reis» (e as suas «ligações» ao livro - «Autobiografia» - que publicou em 2019)
4)   Pedro Páramo, Juan Rulfo - «morou», em tempos, na Estante Nobre da Sala; F. tê-lo-á lido aí pela década de 80...; «desaparecido»...
3)  Rayuela (O jogo do mundo), Julio Cortázar - F. raramente leu Cortázar... (mais um a «ler antes de morrer?»)
2)   Em busca do tempo perdido, Marcel Proust - no verão de 2018 (?), F. ficou a meio do segundo volume... [«esperam» na Estante do (Ex)quarto do Filho]
1)  Os Lusíadas, Luís de Camões - «um dos que mais ganhou com a releitura»

[1) «Escola do Paraíso», uma manhã de segunda, lá por 97-99...(?), muito antes dos TLM.S..., na escada, uma Qd.a de 1.º Bloco:
- «Mestre, ontem à tarde chovia, e li toda a Epopeia...»
- e não «enlouqueceu?» [esta ou outra resposta equiv.e terá então dado D...]

2) D. Pedro V, 9.º ano, 9394, aquele Pai, pedreiro de profissão, que se «queixou» ao DdT:
«veja lá que o [...] quer que o meu filho leia aquele livro todo...»

domingo, 7 de junho de 2020

«Está bem, está»; por M. E. C.

. vem desta Crónica, manhã cedo lida na P. P. C., a designação da nova Secção: «Coloquiais Tesouros»
RECORTE FINAL:
É nestas expressões que melhor se estudam as atitudes que formam a nossa cultura – neste caso um cepticismo robusto e desconfiado, zombeteiro e aguerrido.
Segue-se do “olha, olha!” para a universalidade abrangente do “Era o que faltava!”, com ou sem a inclusão de um enfático “só”.  
A variante fenomenológica tem sempre “só” – e logo à cabeça: “Só me faltava mais esta!”
E não há razão nenhuma para não nos deliciarmos a alternar entre “Homessa!” e “Essa agora!”

sábado, 6 de junho de 2020

A prosa lírica de Velho da Costa

- mantendo a periodicidade semanal, Ana Luísa Amaral e L. Caetano discorrem, no programa «O Som...», de 3 de Junho, sobre a prosa lírica de Velho da Costa (Maria)

- entrevista, ao «JL», em Junho de 2000 (sobre «Myra») - reposta

sexta-feira, 5 de junho de 2020

«Achas?!», M. E. C.

- mais uma Expressão para o «Pente Fino» - da Crónica de hoje...

RECORTE:
[...]
São palavras pequenas que substituem bocas grandes. Alguém nos pergunta se vimos o último episódio de uma novela particularmente grotesca. Em vez de responder “mas tu julgas que eu sou maluco ou quê?” ou “por amor de Deus, não ofendas a minha inteligência!”, basta contra-atacar com um simples “achas?!”
[...]

quinta-feira, 4 de junho de 2020

«Tem avondo», por M. E. C.

A expressão era muito usada pela Marechal e pela General...; M. E. C., na Crónica de ontem
RECORTES:
[...]
   Afinal “tem avondo” significa “já chega”. Significa “já é suficiente, 
muito obrigado” ou mesmo “já é suficiente, porra!Diz-se no Baixo Alentejo e 
no Sotavento algarvio onde fica mal as pessoas não terem noção do que é o 
avondo. Ou do quanto constitui uma coisa avonda. Ou terem a mania de ir 
sempre além do que seria considerado aceitavelmente avondo.    [...]

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Pseudónimo para quê?... - Saramago

... se o Nome do Artista foi uma ... «onomástica fraude...»
- proposto, mais uma vez, desta vez, à leitura nos 3 Blocos (LDN), ninguém o conseguiu «comentar»...; para alguma coisa continuarão «os não virtuais» a ser necessários...:
[Truncado; sublinhados acrescentados]

Contei noutro lugar como e porquê me chamo Saramago. Que esse Saramago não era um apelido do lado paterno, mas sim a alcunha por que a família era conhecida na aldeia.  Que indo o meu pai a declarar no Registo Civil da Golegã o nascimento do seu segundo filho, sucedeu que o funcionário [...] estava bêbedo [...] e que, sob os efeitos do álcool e sem que ninguém se tivesse apercebido da onomástica fraude, decidiu, por sua conta e risco, acrescentar Saramago ao lacónico José de Sousa que meu pai pretendia que eu fosse. E que, desta maneira, finalmente, graças a uma intervenção por todas as mostras divina, refiro-me, claro está, a Baco, deus do vinho e daqueles que se excedem a bebê-lo, não precisei de inventar um pseudónimo para, futuro havendo, assinar os meus livros. Sorte, grande sorte minha, foi não ter nascido em qualquer das famílias da Azinhaga que, naquele tempo e por muitos anos mais, tiveram de arrastar as obscenas alcunhas de Pichatada, Curroto e Caralhana. Entrei na vida marcado por este apelido de Saramago sem que a família o suspeitasse, e foi só aos sete anos, quando, para me matricular na instrução primária, foi necessário apresentar certidão de nascimento, que a verdade saiu nua do poço burocrático, [...] . Mas o pior de tudo foi quando, chamando-se ele unicamente José de Sousa, como ver se podia nos seus papéis, a Lei, severa, desconfiada, quis saber por que bulas tinha ele então um filho cujo nome completo era José de Sousa Saramago. Assim intimado, e para que tudo ficasse no próprio, no são e no honesto, meu pai não teve outro remédio que proceder a uma nova inscrição do seu nome, passando a chamar-se, ele também, José de Sousa Saramago. Suponho que deverá ter sido este o único caso, na história da humanidade, em que foi o filho a dar o nome ao pai. Não nos serviu de muito, [...] 

José Saramago, As pequenas memórias, 1.ª ed., Lisboa Caminho, 2006, pp.  47-49