domingo, 12 de dezembro de 2021

Sujeito ( o gramatical, desta vez)

- há uns anos, o «jornal da Caserna» referia que, face à «elevada percentagem» que, na única «prova pública», não identificava uma função de Sujeito, se  «acrescentou» 45 minutos, semanais, ao «ano Terminal», para... «recuperar»... «o irrecuperável...»;

- e o «resultado», tantos anos depois, pode ser exemplificado por uma resposta, escrita, (para a referenciação de um «sujeito nulo subentendido»):

«o tipo de sujeito é o sujeito do complemento indirecto»

domingo, 5 de dezembro de 2021

«Jajar», M. E. C., OU «dignidade ÀS AVESSAS»

 - lida logo pelas 7 e..., no TLL da General, na Cas.a: assim se cria um novo verbo - «já... já....já.....» = «Jajar»...

Recortes:
Estudar o ser humano é estudar a dignidade. Como se alcança? Como se mantém? Como se defende? [...]
Numa pastelaria aonde gosto de ir almoçar só trabalham duas pessoas: o proprietário, o sr. César, que é cozinheiro e empregado de mesa, e o Nelso, que é ajudante de cozinheiro e empregado de mesa sobressalente.
O Nelso não tem grande jeito, é carrancudo, preguiçoso e desastrado – mas o sr. César gosta dele e tem pena dele: uma combinação mortífera. [...]

O sr. César está sempre a ralhar com ele – “vai fritar as batatas!”, “olha as torradas!” – porque ele é acintosamente demorado, tendo percebido que lhe pagam o mesmo, independentemente do número de tarefas que concluir.
Mas o Nelso responde sempre: “Já vou!”, “ sei!”, “ouvi!”. É a dignidade do pau-mandado em acção. Não tem remédio senão fazer o que o outro lhe diz, mas ninguém lhe pode tirar a má vontade.
A má vontade garante a dignidade dos subalternos. Ela é constituída por uma mistura complexa de relutância, truculência e rebeldia. [...]

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Hipálage: vários exemplos

 - o verbete do «CBDV» aqui referenciado, n.º 34579 , remete para o uso da Hipálage nos versos iniciais da «Ode Triunfal»; 
- na lista «lateral»,  dos «relacionados», vários outros casos, exemplos

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Saramago - de 99 para 100 e «depois»

 - «fase aguda», ou «rubra» da Luta para levar alguns dos Qd.s a ler «O ano da morte...» [de I a IV, para já] - leitura solicitada logo que foi retomado um curso próximo do «Normal» na «Escola do Paraíso», isto é, a partir de 13 de Outubro... 

- do artigo do «P» de 16 -11
   - alguns caíram na «armadilha» do     costume (pensavam que podia ser lido     «de véspera»); outros, que seria de   «excertos localizados nas páginas»...;   outros, que seria de «cruzes» (vulgo   para  «escolha múltipla»); outros, já   gastaram dinheiro em «Apontamentos   ES» ou «equivalente»; outros, «caíram   na Real», quando «se dignaram ver» o   Modelo... - «há de tudo como na   Farmácia», na Voz Popular - menos de   «Gente com Iniciativa» para se   aproximar  do «Monstrinho», o tal que «despreza» coisas como as abrangidas por Nomes como «ClassRoom»...;

- começo, então, dos «100 anos», em LISTA:

- artigo do «Público», de hoje, 16, com «2 jovens estudiosos» [...]

- artigo, idem - «a complexidade e a Leitura, na Escola»

- idem, com Vídeo, «Autopsicografia» - «Cem escolas lêem «A maior flor do mundo»

- «Todas as Palavras Especial», 6.ª Temporada, n.º 47, de 19 - 11, com Pilar del Rio e Irene Vallejo  [...]

- «100 Saramagos» - Quando tinha doze anos, Saramago mostrou-me a cegueira branca e eu assustei-me.» - depoimento-crónica de Afonso Reis Cabral, a 1 de Dezembro no «JN»

- «Quem lê hoje Saramago» - «Podcast», a 7 de Março, no Ípsilon»

- «Conferências do Nobel», a 11 de Abril, com Manguel (Albert) - na Câmara Municipal

- na brasileira «Companhia das Letras» - ao longo de Março (?) - localizado em Maio, Lista com 5 aulas sobre Saramago [...];

- no Teatro Camões, em Junho, «Deste mundo e do Outro», por Olga Roriz;

- na  «RTP Play» - «A caminho do Centenário» - semanal, leitura de Excertos - no Episódio 38, de 21 de Setembro, Isabel Lucas interpreta excerto de «O ano da morte de Ricardo Reis», no primeiro, de 16-11-21, Teresa Salgueiro lê exc.o de «As Pequenas Memórias»

- em 98, na Pedra de Pontão, em praia da Lourinhã, por VHILS

- no  «Expresso» - «podcast» - «A beleza das pequenas coisas», a 3 de Março de 23 - PILAR e A ILHA (a intuição da)

- «Jornada Saramago 100 anos» - Companhia das Letras


terça-feira, 9 de novembro de 2021

«Maneira portuguesa de recusar»: «Julgas que tenho a tua vida?», por M. E. C.

 - Recorte  inicial da Crónica de hoje: «Não ter a tua vida»

Há uma maneira portuguesa de recusar que deveria ser adoptada pelas outras línguas, porque consegue, simultaneamente, dizer que não — e ofender o interlocutor.

Eu pergunto ao Jonas se ele quer ir almoçar comigo. E ele responde:
“Julgas que tenho a tua vida?”

É obra: não só me dá uma tampa como transmite o que ele pensa da minha situação. E tem outras vantagens: faz-se de vítima (ele tem uma vida bem pior do que a minha, sem margem para esses luxos como almoçar com os amigos) e ofende a perspicácia do convidador, por pensar que toda a gente tem a sorte que ele tem.
Há outras variantes igualmente devastadoras: [...]

sábado, 23 de outubro de 2021

domingo, 3 de outubro de 2021

«bode expiatório» (ser um...) . M. E. C.

 - Digressão de hoje - «Um bode faz falta»-, de  MEC pela conhecida «Expressão (Corrente?)                        [ver tb. no CBDV

RECORTE(S): 

    Fala-se muito em bodes expiatórios mas é só de relance, em frases feitas, e este automatismo leva-nos a desconsiderar os bodes expiatórios e a não lhes dar o valor que têm.
    Será que essas pessoas, esses utentes, como agora se diz, que tanto gostam de identificar bodes expiatórios, sabem o que é expiar?[...]
    Tenho a impressão de que pensam que expiar é substituir na culpabilidade. [...]       Mas expiar não é isso: expiar é sofrer, é pagar por um pecado. [...]
Quem não gostaria de ter um bode que pagasse pelas nossas asneiras? [...]
[...] Veja-se o Reino Unido a braços com filas para a gasolina e prateleiras vazias nos supermercados. Durante décadas os ingleses habituaram-se a contar com a União Europeia como bode expiatório.
      Mas agora, com o Brexit já bem instalado, são obrigados, enquanto não arranjam outro, a culpar-se a si próprios. Não se deseja a ninguém.



quinta-feira, 19 de agosto de 2021

«O que tu tens é RONHA» - (MEC) + «Poesia-cão», O'Neill

 - nessa, ou na(s) «variant(s)e» «O teu Mal é (a) RONHA», foi uma «frase batida» na GEOG. de INF. de D. [...]
- na «digressão cronística» de hoje, - «Estar com a ronha» - M. E. C. associa-lhe «solerte»  [...]

[poema de O, Neill: [...]Já que não és capaz / dos efes e dos erres / dessa solerte mão / que é a que preferes, // meu tolo desidério, [...], Alexandre O’Neill, Feira cabisbaixa, 1965

Recorte(s):
[..] Falar da preguiça numa crónica é um clássico de fazer ronha. É uma especialidade da malta solerte. Solerte é outra das minhas palavras preferidas. Bem atirada, provoca uma agradável confusão em quem a recebe, incerto se está a ser insultado ou elogiado. [...]
[...] Só há pouco tempo é que a ronha adquiriu o sentido de preguiça e inércia, ao dizer-se que uma pessoa que acaba de acordar está com a ronha, porque não lhe apetece levantar-se, preferindo ficar na cama a fazer ronha. [...]

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

«O português de granito, de alabastro e de calcário» (galopim de carvalho, António)

 - REcorte da ENTREV. de hoje, pelas 90 PRIMAV.as

[...] Comecei tarde e a escrever mal. Lembro-me do professor Orlando Ribeiro corrigir os meus textos, eu já como assistente, e era uma vergonha. Não fui bom aluno a Português, mas aprendi a escrever português. O português a que chamo o “português do granito”, que era aquele puro do professor Carlos Teixeira, que era sujeito, predicado, complemento directo. Sem arabescos, sem querer ter estilo, puro como o granito. O português de Carlos Teixeira, na simplicidade, firmeza, limpidez e rusticidade da prosa, representa nesta associação o granito. Orlando Ribeiro tinha uma escrita mais poética.

O português de Orlando Ribeiro seria que rocha?
Diria que, se o professor Carlos Teixeira era a prosa do granito, a do professor Orlando Ribeiro, a um tempo erudito, romântico, por vezes algo barroco e sempre poético, representa a prosa do alabastro, uma rocha muito branda, essencialmente formada por gesso, que permite trabalho de grande requinte.

E a sua escrita?
A minha? Não sei. Agora está a pôr-me um problema de geologia! Estou entre os dois. Eu, que bebi a influência de um e outro, ficar-me-ei pelo calcário, pela sua naturalidade e versatilidade.  [...]


quinta-feira, 15 de julho de 2021

«... elas mordem», por M. E. C.

 - Crónica de hoje: «Como mordem elas?»;

RECORTE INICIAL
Tinha um amigo inglês que falava português bastante bem, tendo-se apaixonado por uma moçambicana que falava inglês tão bem, que ele, para impressioná-la, resolveu aprender a nossa língua.
A expressão favorita dele era “para ver como elas mordem”. Quando alguma coisa corria mal a alguém de quem ele não gostava – um adversário político, um rival amoroso –, ele dizia infalivelmente “é para ver como elas mordem”.
Uma noite, passados muitos anos disto, ele perguntou-me, já entrado nos copos,[...]

- dito pela Autoridade lá de Casa «antecipava» a tareia [...]

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Poesia para (futuros) médicos

 -: Barreto Guimarães, em entrevista de dia 13, à «Visão» fala sobre as aulas de poesia que ele, médico e poeta, vai dar a futuros médicos...

RECORTE:

sexta-feira, 18 de junho de 2021

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Reis, «Inviável»

 - [«inviabilidade» transferida para a Figura...] :

[Reis] Vai sentar-se à secretária, mexe nos seus papéis com versos, odes lhes chamou e assim ficaram, porque tudo tem de levar seu nome, aqui e além, e a si mesmo pergunta se é ele, este, o que os escreveu, porque lendo não se reconhece no que está escrito, foi outro esse desprendido, calmo e resignado homem, por isso mesmo quase deus, porque os deuses é assim que são, resignados, calmos, desprendidos, assistindo mortos. De um modo confuso pensa que precisa de organizar a sua vida, o tempo, decidir que uso fará de manhã, tarde e noite, deitar cedo e cedo erguer, procurar um ou dois restaurantes que sirvam uma comida sã e simples, rever e emendar os poemas para o livro de um futuro dia, procurar casa para consultório, conhecer gente, viajar pelo país, ir ao Porto, a Coimbra, visitar o doutor Sampaio, encontrar por acaso Marcenda no Choupal, neste momento deixou de pensar em projectos e intenções, teve pena da inválida, depois a pena transferiu-se para si mesmo, era piedade de si mesmo, Aqui sentado, estas duas palavras escreveu-as como o princípio de um poema, mas logo se lembrou de que em um dia passado escrevera, Seguro assento na coluna firme dos versos em que fico, quem um tal testamento redigiu alguma vez não pode ditar outro contrário. […]

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, pp. 

[sublinhados acrescentados]

domingo, 18 de abril de 2021

«Os mestres do inútil», Tolentino Mendonça

 - crónica de Tolentino Mendonça, no último «Expresso», termina com referência a Saramago:

 RECORTE final:

[...] Ora, esta consciência, que nos chega pelo espanto, pode-nos chegar também pelo sentimento de fracasso que, por vezes, nos toma. Na última entrevista do sociólogo Zygmunt Bauman, [..] a dada altura fala-se de José Saramago como de um mestre admirado. E Bauman refere o significado que teve para ele o encontro com uma página diarística escrita por Saramago aos 86 anos, em que este confessa sem filtros o seu falhanço. As intuições a que havia chegado não pareciam ter influência alguma no curso da história. Por consequência, fazia a si mesmo (fazia contra si mesmo) uma drástica pergunta: porquê, então, pensar? A resposta de Saramago iluminou Bauman: nós pensamos porque não conseguimos evitar, não somos capazes de atravessar o mundo de outra maneira. O pensamento é um exercício humilde e espontâneo, um facto equivalente ao transpirar.

[sublinhados acrescentados]

terça-feira, 30 de março de 2021

Marília Garcia

- «quem» é o sujeito lírico? quem fala no poema? que vozes? que ponto(s) de vista? [...] 
- [...] estas e outras questões, «percorridas» por Marília Garcia              [em breve nos «Encontros de Leitura»], em  cinco  poemas, de : Wislawa Szymborska ; Carlos Drummond de Andrade; Antonio Tabucchi; outro de C. D. de Andrade; João Cabral de Melo Neto [...];

domingo, 14 de março de 2021

«pois» e «porque» (explicativa vs causal)

 - a consulta da «plataforma» «CBDV» não tem sido nada regular neste «2021 Corovid»... ; a 5 de Março, um verbete que esclarece a questão acima «sintetizada»:

Gostaria de saber qual o motivo que leva a que raramente veja exemplos de orações coordenadas explicativas introduzidas por «porque».
Tenho-me deparado sempre com exemplos onde consta «pois». Por outro lado, também raramente vejo exemplos de orações subordinadas causais introduzidas por «pois». [...]



terça-feira, 9 de março de 2021

Portugal Plural?

 - no discurso de há pouco, o «Supremo M. da N»...:

... institucionalizou o plural «Portugais»    [ai, ai, «Um nada que dói», Campos]
... configurou-se como «anti-Pessoa», melhor, «anti-Ortónimo»: 
«sou o Mesmo de há cinco Anos, o Mesmo de Ontem»

... «Venham mais Cinco», então... (J. A...)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Factos e Fatos OU «no melhor pano cai a nódoa?»

 - deve ser a «suprema contradição» ou a «prova provada» do «disparate» do «Acordês»...; 
- um dos (i)Responsáveis pela sua «aprovação»... não o «cumpre» [«Senhor, falta cumprir-se Portugal»]

- Crónica de ontem de Nuno Pacheco (um dos «paladinos» anti-...)

- outro artigo de N. P.,  a 11 de Março, com elucidativos exemplos

- a 3 de Setembro, outro artigo de N. P., sobre «o mesmo» [...]

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Marcenda, que Nome é o seu?

[para preparar «VDC» - 90, «substituta» da PRES, faz-se uma leitura (ainda) mais pormenorizada de «O AdaMdeRR»]; 

- excerto representativo do Motivo do Nome: 

Claro está que Ricardo Reis não admitiu, sequer, a hipótese de tratar Marcenda por excelentíssima senhora dona, ou prezada senhora, a tanto não lhe chegaram os escrúpulos de etiqueta, mas, tendo eliminado esta fácil impessoalidade, achou-se sem léxico que não fosse perigosamente familiar, íntimo, por exemplo, minha querida Marcenda, porquê sua, querida porquê, é certo que também podia escrever menina Marcenda ou cara Marcenda, e tentou-o, mas menina pareceu-lhe ridículo, cara ainda mais, depois de algumas folhas rasgadas achou-se com o simples nome, por ele nos devíamos tratar todos, nomeai-vos uns aos outros, para isso mesmo o nome nos foi dado e o conservamos. [...]

José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, p. 227 ( da edição da P. E. de 2016, 17)

[sublinhados acrescentados]

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

«Tratado da Confissom»

 - excerto da «peça» sobre o fecho da «Campos Trindade», cujo fundador, Tarcísio, encontrou a «Relíquia»:

Primeira e última página do incunábulo Tratado de Confissom, de 1489
 
BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

[...] Em 1965, aconteceu algo que iria marcar profundamente a vida de Tarcísio. Numa dessas visitas em busca de livros antigos, descobriu aquele que se veio a comprovar ser o primeiro livro impresso em língua portuguesa conhecido, o Tratado de Confissom (o estudo que o confirmou foi realizado pelo filólogo José Pina Martins e publicado inicialmente no Diário de Notícias; a obra, impressa em Chaves em 1489, foi na altura vendida por 400 contos — está hoje à guarda da Biblioteca Nacional).
Reza a história que a descoberta aconteceu em Espanha, mas essa não é a verdade, segundo Bernardo. “Na altura, o meu pai não podia dizer que tinha encontrado o livro em Portugal”, justifica. Mas a história completa, guarda-a para mais tarde a revelar num livro que planeia escrever sobre a história do seu pai e da livraria. [...]


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Nobel (discurso do)

Metropolitan Museum of Art

Illustration from William Blake's 
Songs of Innocence and of Experience, circa 1825

[Reproduzida do «N. Y. R.»]

  - discurso da última laureada, a poetisa   americana Louise Gluck;