sexta-feira, 12 de abril de 2024

«Não digas que vais daqui», M. E. C.

 - crónica de hoje; RECORTE(s):

Foi a nossa amiga Sandra que reparou logo, mal leu a crónica de ontem sobre o "e já vais com sorte", que faltava uma expressão ainda mais portuguesa: o "não digas que vais daqui".
É uma expressão magnífica por ser manca. A cabeça estrangeira, ou desabituada do popular, pergunta logo: "Não digas que vais daqui... com quê... ou semquê?" A elipse é tão grávida que promete trigémeos. Mas a elipse só existe se quisermos.[...] 
A versão comprida, que seria muito mais chata, é: "Acabei de te dar uma coisa que toda a gente quer. Por amor de Deus, não digas a ninguém que fui eu que te dei! Porque senão tenho aí a populaça toda a bater à minha porta, de boca espumante e dedinho tremelicante, a ver se também têm direito a esta voluptuosa benesse" [...]